Bancos deveriam gerar mais empregos
O setor bancário apresentou saldo positivo de emprego em janeiro deste ano. Segundo últimos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram realizadas 2.250 admissões e 1.631 desligamentos, o saldo ficou positivo em 619 vagas
terça-feira março 22, 2022
Os bancos têm apresentado saldo positivo de empregos desde abril de 2021. No acumulado de 12 meses (fevereiro de 2021 a janeiro de 2022), foram criados 7.711 postos de trabalho, decorrentes principalmente das contratações da Caixa – devido a ação judicial vitoriosa do movimento sindical bancário, que obrigou a Caixa a chamar os concursados de 2014 – e da ampliação de postos não ligados diretamente aos serviços bancários, como o de profissionais de TI.
Mas é importante lembrar que desde o início da pandemia, em março de 2020, até janeiro de 2022, o setor bancário fechou 4,7 mil postos de trabalho.
“Os bancos mantêm seus lucros nas alturas, inclusive na crise agravada pela pandemia. Então não há justificativa para cortarem empregos. Mesmo que o saldo tenha sido positivo, eles poderiam gerar muito mais empregos. Até porque boa parte dessas vagas criadas decorrem da vitória do movimento sindical na Justiça, que obrigou a Caixa a contratar os concursados de 2014 e a postos na TI, não são portanto de geração de empregos nas agências, onde a população continua sendo desassistida”, destaca a secretária de Comunicação e Imprensa do seeb de São Paulo, Osasco e Região, Marta Soares.
Demissões sem justa causa ou a pedido
Nos últimos 12 meses, foram 36.348 demissões, sendo que 42,1% foram demissões sem justa casa e 40,0% desligamento a pedido. Em janeiro, as demissões a pedido superaram a soma de todas as outras modalidades de desligamentos, é o maior patamar dos últimos 12 meses. Sobre as admissões, a denominação Tipo Ignorado trata-se de reemprego e foi a única modalidade de contratação no mês.
Importante destacar que as demissões a pedido, em janeiro de 2022, estão concentradas nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial (no qual se enquadram os quatro maiores: BB, Itaú, Bradesco e Santander): 88,8% da totalidade.
Por estados
Em janeiro, dentre as 27 unidades da federação, 17 apresentaram saldo positivo, 9 acusaram saldo negativo e em uma localidade o saldo foi zerado. O estado de São Paulo respondeu pela abertura de 519 vagas, sendo que somente na capital foram 490 novos postos. O maior resultado negativo ocorreu no estado do Rio de Janeiro com a eliminação de 24 vagas.
Faixa Etária e Sexo
Em janeiro, como nos demais meses, o saldo positivo foi mais atribuído ao sexo masculino com abertura de 379 postos, enquanto houve criação de 240 postos de trabalho das mulheres.
Já em relação as faixas etárias, é possível observar saldo positivo entre as primeiras faixas, até 29 anos, com aumento de 724 vagas e para as faixas etárias acima dos 30 anos, foi notado movimento contrário, com o fechamento de 105 vagas.
Remuneração Média
O salário mensal médio de um bancário admitido em janeiro alcançou o valor de R$ 5.449,16 enquanto o do desligado foi de R$ 6.632,47. Ou seja, o salário médio do admitido correspondeu a 82,2% do desligado.
No Brasil
Os primeiros dados de 2022 do Novo Caged informam que o emprego celetista no Brasil registrou saldo positivo de 155.178 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.777.646 admissões e de 1.622.468 desligamentos. O saldo, 38,9% inferior ao registrado em igual período de 2021, indica uma desaceleração na criação de postos formais.
Em janeiro de 2022, o saldo positivo no nível de emprego ocorreu em quatro dos cinco Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+102.026 postos), Indústria geral (+51.419 postos), concentrado na Indústria de Transformação (+48.802 postos); Construção Civil (+36.809 postos); e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+25.014 postos); o Comércio, por outro lado, obteve saldo negativo (- 60.088 postos).
Já os números da PNAD Contínua, referentes ao quarto trimestre, indicam que 62,5% da população em idade de trabalhar estava na força de trabalho. A população ocupada, estimada em 95,7 milhões de pessoas, era composta por 66,9% de empregados (incluindo empregados domésticos), 4% de empregadores, 27,1% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2% de trabalhadores familiares auxiliares.
Em relação à população desocupada, 12 milhões de trabalhadores, cabe destacar que a taxa foi estimada em 9% para os homens e 13,9% para as mulheres. Ou seja, o desemprego atinge mais as mulheres que os homens.
O contingente de pessoas subutilizadas – pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada – chegou a 28,3 milhões. (Fonte: Seeb SP)