BANCÁRIO APOSENTADO ENFRENTA REAJUSTE DE 300% EM PLANO DE SAÚDE: ‘FIQUEI DESESPERADO’
Valor da mensalidade disparou de R$ 2,7 mil para R$ 11 mil. Essa não é a primeira vez que Henrique enfrenta um aumento significativo no plano de saúde (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
segunda-feira julho 1, 2024
Henrique Manuel Morgado, bancário aposentado de 72 anos, enfrenta um câncer agressivo. Recentemente, ele viu a mensalidade do seu plano de saúde disparar de R$ 2,7 mil para pouco mais de R$ 11 mil — um aumento de mais de 300%. Especialistas consideram esse reajuste abusivo.
“Chorei várias vezes ao ver o dia do vencimento se aproximar”, lamentou Morgado, ao jornal O Extra. “Fiquei desesperado. Já estava difícil por R$ 2,7 mil. Nesse novo valor, é impossível. Sempre paguei e nunca usei o plano. Quando mais preciso, acontece algo assim.”
No fim de junho, ele recebeu a fatura do plano de saúde com vencimento para 1º de julho. Seu contrato é coletivo por adesão, administrado pela QV Benefícios e operado pela Unimed-Ferj.
Aposentado recebe reajuste abusivo
Morgado contatou a operadora e recebeu a informação sobre o reajuste de 300%. O aposentado também procurou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A agência explicou que os reajustes podem ocorrer em virtude da variação anual de custos ou da mudança de faixa etária. Contudo, a ANS não respondeu especificamente sobre o caso do aposentado.
Essa não é a primeira vez que Henrique enfrenta um aumento significativo no plano de saúde. No ano passado, a mensalidade subiu de R$ 1,8 mil para R$ 2.761, um aumento de 52%. Sem obter explicações satisfatórias da operadora, ele decidiu questionar o valor na Justiça.
Complicações no tratamento de saúde do aposentado
Diagnosticado em 2022 com adenocarcinoma avançado no intestino, o aposentado viu a doença se espalhar para o pulmão e para o abdômen. Inicialmente, Henrique fez quimioterapia intravenosa, mas, em virtude do agravamento do quadro, seu médico optou pelo tratamento oral.
A medicação é administrada em ciclos, com períodos de pausa. As primeiras doses sofreram um atraso de um mês. A segunda remessa deveria ter chegado há 20 dias. Além disso, a Unimed atrasou a entrega das bolsas de colostomia e negou pedidos de procedimentos complexos, como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET-CT).
O PET-CT é crucial para detectar tumores em qualquer parte do corpo, solicitado pelos oncologistas por causa do agravamento da doença do aposentado.
Saiba mais sobre os planos de saúde coletivos
Planos de saúde coletivos frequentemente têm reajustes superiores aos individuais, com porcentuais máximos estabelecidos pela ANS. Marina Magalhães, pesquisadora do Idec, comenta que um reajuste de 300% é “abusivo em qualquer cenário”. Ao jornal O Extra, a Unimed-Ferj declarou que “reitera seu compromisso com a transparência e a qualidade no atendimento aos seus beneficiários”. (Fonte: Revista Oeste)