BB, BRADESCO, NUBANK, INTER… QUE BANCOS SE SAÍRAM MELHOR NO 4º TRIMESTRE DE 2023?

Com base em dados de outubro divulgados hoje pelo Banco Central, analistas do BTG projetam os resultados dos bancos para o 4T23 e elegem os campeões (Por Julia Wiltgen)


segunda-feira janeiro 8, 2024

A temporada de balanços do quarto trimestre de 2023 começa só na virada de janeiro para fevereiro, mas em setores da economia que divulgam dados parciais, como o de bancos, já é possível se lançar a um exercício de futurologia e calibrar as expectativas para os resultados dos últimos meses do ano passado.

A partir dos resultados dos bancos no último mês de outubro, divulgados hoje pelo Banco Central, os analistas do BTG Pactual se lançaram a esse exercício para tentar concluir quais instituições financeiras do seu escopo de cobertura devem ter se saído melhor no quarto trimestre de 2023.

“Tirar grandes conclusões para o quarto trimestre baseado nos dados de apenas um mês é desafiador, mas as informações trazem ideias interessantes, apesar de não serem 100% comparáveis aos números reportados”, ressalva o relatório assinado pelos analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.

De maneira geral, entre os grandes bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander), o Santander obteve um lucro líquido em outubro acima do esperado, ajudado por uma distribuição de juros sobre o capital próprio, mas os demais reportaram lucros 10% abaixo das estimativas do BTG e do mercado.

Já entre os bancos médios e digitais, o Inter e o Banco ABC foram os destaques positivos do mês. O lucro líquido e o crescimento do crédito do Nubank permaneceram fortes, mas foram brandos se consideradas as altas expectativas em relação ao banco e falta de melhora em relação ao mês anterior.

Os destaques entre os bancões: Itaú e Santander
Segundo o BTG, Itaú e Santander foram os destaques positivos entre os grandes bancos, com projeção de lucro líquido no quarto trimestre a partir dos números reportados em outubro em linha ou acima das expectativas tanto do BTG quanto do consenso do mercado.

“Importante sinalizar que o lucro líquido forte do Santander foi ajudado pelo benefício tributário de uma distribuição de juros sobre capital próprio (que não deve se repetir na mesma magnitude nos meses seguintes”, observam os analistas.

Já os lucros projetados para Bradesco e BBa partir do resultado de outubro ficaram abaixo das estimativas do BTG e do mercado.

Entre os bancos digitais, o Nubank manteve números fortes, mas o lucro líquido de R$ 393 milhões em outubro mostra que não houve melhora na comparação mensal, “o que é de certa forma decepcionante, dadas as altas expectativas”, observa o BTG.

Os analistas ressalvam que os dados divulgados pelo BC referentes aos bancos digitais (Nubank e Inter) não se alinham muito bem aos números reportados pelas empresas, em razão de fatores como as estruturas das holdings, as subsidiárias estrangeiras e diferentes procedimentos de contabilidade.

Ainda assim, o BTG projetou um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre para o Nubank, com base no número de outubro, uma cifra que fica 30% abaixo das estimativas dos analistas e do consenso de mercado.

Já o Inter, ressalta o relatório, foi uma surpresa positiva, apresentando lucro líquido de R$ 50 milhões em outubro, o que pode sugerir lucros fortes no quarto trimestre, na faixa de R$ 150 milhões, na estimativa do BTG.

Bancos médios: ABC melhor que Banrisul
Entre os bancos médios que o BTG cobre, o Banco ABC apresenta uma expectativa melhor que o Banrisul, tanto para os dados de lucro líquido, quanto de inadimplência.

Outros dados
Em relação à carteira de crédito, o consolidado dos bancos cobertos pelo BTG em outubro se expandiu 0,3% na comparação mensal e 4,9% na base anual, com destaque positivo para o Nubank (+4% m/m e +52% a/a), seguido do Inter (+1,6% m/m; +29% a/a).

Já o Banco ABC (-0,4% m/m; -9% a/a) e o Bradesco (-0,4% m/m; -3% a/a) apresentaram as maiores contrações na carteira de crédito no mês.

Segundo a análise do BTG, os dados que sugerem a medida de inadimplência permaneceram estáveis em relação a setembro, numa média de 7% do crédito total. Banrisul, BB, Inter e Santander apresentaram crescimento mensal acima da média nesta métrica.

Finalmente, em relação aos depósitos, houve encolhimento de 0,4% em outubro ante o mês anterior, mas crescimento de 9,3% na base anual. Os destaques negativos nessa métrica foram Santander e BB, enquanto os positivos foram ABC e Inter.

Após a análise, os analistas do BTG reiteraram suas escolhas no setor bancário brasileiro. Entre os grandes bancos, a preferência é pelas ações de Itaú e Banco do Brasil, com o banco público integrando a carteira de 10 top picks do BTG para o mês de janeiro.

Já entre os bancos médios, a preferência é pelo Banco ABCdadas as expectativas de médio/longo prazo, embora os analistas reconheçam que o Branrisul está barato e é mais sensível ao movimento de queda na taxa Selic do que outros bancos.

Finalmente, entre os bancos digitais, tanto o Inter quanto o Nubank mantêm recomendação neutra. (Fonte: Seu Dinheiro)