COE Itaú debate diversidade e fechamento de agências

Pautas sobre igualdade de gênero e combate à discriminação serão retomadas em 2022 Durante a reunião entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco, realizada no dia 17 deste mês, foram debatidas pautas como diversidade, banco de horas e fechamento de agências. A construção de um ambiente melhor


quarta-feira dezembro 22, 2021

Durante a reunião entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco, realizada no dia 17 deste mês, foram debatidas pautas como diversidade, banco de horas e fechamento de agências.

A construção de um ambiente melhor de trabalho, levando em consideração questões como igualdade de gênero e combate à discriminação, esteve entre os destaques da mesa de negociação.

“A igualdade salarial entre homens e mulheres, brancos e negros e o combate a qualquer forma de discriminação é uma pauta histórica levantada pelos trabalhadores por meio do movimento sindical e só ficou reforçado que em 2022 o tema será ainda mais fortalecido”, destaca Reginaldo Breda, secretário geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Discussões

A agenda foi pautada no tema diversidade e seguiu quatro pilares: gênero, raça, pessoas com deficiência e LGBTQIA+

Durante a reunião o banco apresentou ações que alcançam os pilares gênero e raça, entre elas a parceria com o Projeto Descubra, em Belo Horizonte, que atua para que jovens, em idade apropriada, sob a tutela do Estado (ou seja, que tiveram que ser afastados das famílias ou que foram abandonados por elas e vivem em abrigos públicos) sejam encaminhados ao mercado de trabalho. Por meio do Projeto, o banco capta colaboradores para o programa Jovem Aprendiz, alçando jovens negros, especialmente mulheres jovens e pretas.

No pilar LGBTQIA+ o banco apresentou uma agenda que inclui o respeito aos nomes sociais, além de implementação de protocolo de acolhimento nos ambientes de trabalho e questões que envolvem a saúde dos trabalhadores, com o treinamento de médicos para melhor atender pessoas trans.

Já no pilar da população com deficiência, o banco destacou o aprimoramento constante da acessibilidade de ferramentas de trabalho e de treinamento.

De acordo com o movimento sindical, apesar das apresentações feitas pelo banco, ainda não foi possível enxergar o impacto destes programas no ambiente de trabalho. A categoria destaca deficiências como falta de negros e PCDs (Pessoas com Deficiência) na linha de frente no atendimento nas agências, falta de diversidade nos cargos de gestão e discriminação de pessoas com mais idade.

Demissões

Sobre as demissões ocorridas em todo o país, o COE cobrou novamente uma posição do banco. De acordo com os trabalhadores muitos desligamentos ocorrem pela cobrança de metas abusivas e avaliações de performance. “A posição da COE é conta o fechamento das agências e a favor da garantia do emprego e da realocação dos funcionários no banco, porém com a dignidade, o respeito e os direitos do trabalhador garantidos”, explica Breda.

Banco Horas

Com relação ao acordo de banco de horas negativas, firmado entre os representantes dos trabalhadores e o banco durante a pandemia, com vigência de dois anos, com data prevista para vencimento para agosto de 2022, o banco apresentou um resumo de horas devidas. De acordo com os representantes dos trabalhadores, o número ainda é alto. Em dezembro de 2020 a soma era de 5.962 pessoas. Este ano é de 2.784 funcionários, o que representa uma redução de 53%. Segundo dados apresentados pelo banco na reunião, atualmente são 1.503 trabalhadores devendo entre 50 e 200 horas; 515 entre 200 e 400 horas; e 764 acima de 400 horas.

Uma nova reunião acontece nesta quarta-feira (22) para dar continuidade aos temas.