Ministério da Saúde anuncia dose de reforço contra a covid a todos com mais de 18 anos

Aplicação será feita em quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses; reforço estava liberado apenas para idosos, imunossuprimidos e profissionais da saúde (Por Julia Affonso)


quarta-feira novembro 17, 2021

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta terça-feira, 16, que o governo vai aplicar uma dose de reforço da vacina de covid-19 para toda a população acima de 18 anos. A aplicação será para quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses. Segundo Queiroga, há “doses de vacinas suficientes” para abastecer as 38 mil unidades básicas de saúde do País.

O Brasil tem 125,5 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a covid, ou 58,87% da população, segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Inicialmente, a dose de reforço estava sendo aplicada a adultos acima de 60 anos, imunossuprimidos (doentes crônicos, por exemplo) e profissionais de saúde que haviam tomado a última vacina há seis meses. O intervalo de aplicação, portanto, diminuiu e o público foi ampliado.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a aplicação da terceira dose está respaldada por estudos científicos Foto: Eraldo Peres/AP Photo
Ao todo, 10,7 milhões em pessoas acima de 60 anos e trabalhadores de saúde já receberam essa dose de reforço. Pelas contas do Ministério da Saúde, outras 12,4 milhões estão aptas a receber mais uma aplicação ainda neste mês.

“Tínhamos autorizado essa dose de reforço, dose adicional, em todos aqueles que tinham tomado a segunda dose há mais de seis meses e que tivessem 60 anos”, afirmou o ministro.

“Agora, graças às informações que temos advindas dos estudos científicos, principalmente, estudos de efetividade, realizados em parceria com a Fiocruz e de um estudo que encomendados em parceria com a Universidade de Oxford para avaliar a aplicação da 3ª dose, que já temos dados preliminares, nós decidimos ampliar essa dose adicional, dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos que tenham tomado essa segunda dose há mais de 5 meses.”

A intenção da pasta é aplicar o reforço em 103 milhões de pessoas até maio. A faixa da população de 35 a 39 anos é a que tem mais gente: 10,7 milhões. Segundo Rosana Leite de Melo, secretária de Enfrentamento à Covid, a ideia é que até o meio do ano que vem todos acima de 18 anos tenham recebido a dose extra. “Dependendo do aprazamento, até por volta de junho, julho, alguém ainda irá necessitar de uma dose de reforço.”

#MegaVacinação Além de incentivar a vacinação dos que ainda não tomaram a segunda dose, a campanha também traz novidades: agora, TODA A POPULAÇÃO ACIMA DE 18 ANOS que tenha concluído a imunização há 5 meses já pode tomar a dose de reforço pic.twitter.com/ryyRSjwZud — Ministério da Saúde (@minsaude) November 16, 2021

De acordo com Queiroga, a dose adicional está sendo aplicada com uma vacina diferente daquelas recebidas inicialmente, a chamada imunização heteróloga. Até o momento, apenas pessoas que tomaram AstraZeneca e CoronaVac estão aptas a receber o reforço. Por isso, a aplicação é feita com as vacinas da Pfizer.

O ministro declarou que ainda não foi decidido qual imunizante será aplicado em pessoas que receberam a Pfizer como primeira e segunda doses. “Em relação à vacina Pfizer, ainda não temos todas as informações sobre essa aplicação da vacina heteróloga. Há aqueles que defendem que deve ser a mesma vacina no caso da Pfizer. Isso ainda não é consolidado na ciência, qual que é a melhor opção”, afirmou.

“Nós teremos esses dados. Como a vacina da Pfizer começou no Brasil em abril e foi crescendo, ainda não está no tempo de aplicar esse reforço em quem tomou Pfizer. Nós esperamos ter informações concretas a esse respeito em curto espaço de tempo.”

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que os contratos fechados neste ano e os acordos que serão firmados em 2022 “são suficientes para poder fazer frente a essa redução de prazo” da dose de reforço.

“Temos, além desses contratos, duas opções de compra, totalizando mais 110 milhões de doses”, relatou. “O governo, pensando que será necessário ou poderá ser necessário mais doses, colocou nesses dois contratos que estamos finalizando, duas opções de compra para mais doses, caso eventualmente se identifique essa necessidade de mais doses.”

Vacinados com Jansen deverão receber segunda dose
O ministro afirmou que as pessoas que tomaram a vacina da Jansen seguirão outras regras. Elas deverão tomar uma segunda dose do mesmo imunizante, dois meses após a primeira aplicação. Após cinco meses do esquema vacinal completo, é que essas pessoas receberão o reforço.

“Esses que tomaram a vacina da Jansen vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante”, afirmou Queiroga. “Lá na frente, a sequência é: completou 5 meses da segunda dose, receberá uma dose de reforço, preferencialmente, com a vacina diferente, uma vacinação heteróloga.”

Campanha do ministério reforça vacinação completa
Queiroga lançou na manhã desta terça-feira a campanha Mega Vacinação, para convocar a população para completar o esquema vacinal contra a covid entre 20 e 26 de novembro. Cerca de 21 milhões estão aptas a tomar a segunda dose.

“Muitos não procuraram as unidades de vacinação para tomar a segunda dose. É fundamental essa segunda dose para que se complete o esquema vacinal”, disse o ministro.

A secretária apontou que os cinco Estados com maior número de atrasados, proporcionalmente, são: Amapá, Ceará, Bahia, Pará e Roraima. A faixa etária de 30 a 34 anos é aquela com maior número de atrasados: 2,9 milhões de pessoas já podem finalizar a imunização. A AstraZeneca é o imunizante com maior número de atrasados, seguido por Pfizer e CoronaVac.

“Observamos que uma faixa etária mais jovem dos 25 a 34 anos estão perfazendo um quantitativo expressivo de não ter ido tomar a segunda dose”, afirmou Rosana Leite de Melo.

“Os fatores que explicam isso são multifatoriais. Talvez uma não informação adequada em relação aos efeitos adversos, o medo, as propagandas que acontecem e também todos estão voltando a trabalhar, muitas vezes a questão econômica está pesando, sim, e eles têm dificuldade de ir a um determinada unidade fazer a sua vacinação porque está no trabalho.” (Fonte: Estadão)