Crise é pior que a de 2018, Bolsonaro se contradiz e caminhoneiros não vão recuar, diz líder da categoria
No domingo (24), Bolsonaro disse que não interferirá na tabela de preços (Por Folhapress: Camila Mattoso)
terça-feira outubro 26, 2021
Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve de 2018 dos caminhoneiros e que segue como representante da categoria, afirma que não há chance de recuo em relação à paralisação marcada para segunda-feira (1º) se não houver sinalização do governo Jair Bolsonaro sobre mudança na política preços de combustíveis por parte da Petrobras.
Nesta segunda-feira (25), em movimentação contrária, a Petrobras anunciou novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A gasolina subirá 7% e o diesel, 9,1%. Segundo a estatal, os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.
“A cada dia a paralisação ganha mais força. E esse aumento de agora afeta também com quem trabalha diretamente com combustível, como motoristas de aplicativos. Também estou conversando com eles para envolver os demais setores na mobilização”, acrescenta.
“O governo, principalmente o ministério da Economia, está trabalhando para os acionistas. Sem preocupação em criar um colchão, um fundo de estabilidade”, afirma Chorão.
Chorão diz que a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), da qual é presidente, não recuará em relação à paralisação, e que tem certeza de que outras associações também não, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL).
Chorão diz que Bolsonaro entra em contradição com essas falas, relembrando de quando o presidente decidiu demitir Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras, em fevereiro, após seguidos reajustes nos combustíveis e pressão dos caminhoneiros.
“Ele está sendo contraditório em relação ao que ele mesmo dizia. Tanto na campanha como na demissão do Castello Branco”, conclui. (Fonte: BandaB)