DELEGADOS DENUNCIAM JUROS EXORBITANTES COBRADOS PELO BANRISUL EM NEGOCIAÇÃO DE CONSIGNADO
Durante os alagamentos, em maio, Banrisul e Palácio Piratini anunciaram suspensão dos consignados de servidores por 120 dias, sem incidência de multa e juros
quinta-feira julho 4, 2024
A falta de clareza do Banrisul em relação aos empréstimos consignados tem gerado grande desconforto entre Policiais Civis e Delegados de Polícia. Pois na última semana, o descontentamento virou revolta. Isso porque o Banrisul lançou, através do aplicativo, a possibilidade de suspensão do pagamento dos consignados por seis meses. Todavia, de acordo com cálculos da Associação dos Delegados de Polícia (ASDEP), um servidor público que tem um empréstimo consignado em que faltam 109 prestações, se suspender seis parcelas do empréstimo, irá pagar quase R$ 28 mil a mais de juros.
“A principal reclamação é que o Banrisul e o Governo do Estado não têm cumprido com a promessa à época dos alagamentos. Agora, o banco lança uma armadilha no APP incitando os funcionários públicos detentores de consignados a aceitar um novo termo para suspender os pagamentos durante seis meses. Ocorre que nessa modalidade o saldo devedor aumentará. É um absurdo o que o Banrisul e o Governo estão fazendo”, destaca o presidente da ASDEP, Delegado Guilherme Wondracek.
Durante os alagamentos, em maio, o Banrisul e o Palácio Piratini anunciaram suspensão dos empréstimos consignados de servidores públicos estaduais e municipais por 120 dias, sem incidência de multa e juros. Depois, a proposta mudou. Pela nova regra, servidores estaduais ou municipais que tenham sido diretamente atingidos pela enchente terão quatro meses de carência na operação sem cobrança de juros e acréscimo nas parcelas. Todavia, para servidores que não foram atingidos diretamente, permanece valendo o formato anterior, com juros e as parcelas sendo pagas, diluídas nas prestações seguintes.
Diante desse cenário, a ASDEP ingressou com ação contestando a operação do Banrisul e solicitando que a instituição financeira cumpra a proposta anterior, que previa a suspensão de quatro parcelas (maio a agosto), sem cobrança de juros, com estas sendo incorporadas ao final do contrato de empréstimo. A ação exige também indenização por danos morais de R$ 3 mil para cada associado prejudicado pela medida.
“Durante os alagamentos, os Policiais Civis, Delegadas e Delegados trabalharam mais de 15 horas por dia. Além de não haver a valorização salarial, temos essa questão dos empréstimos consignados. Muitos servidores estão super endividados e muitos foram atingidos, diretamente ou indiretamente. O Governo do Estado precisa estar sensível a essa demanda”, salienta o presidente da ASDEP.
A ação da ASDEP que solicitada o cumprimento da proposta original do Banrisul sobre os consignados foi protocolada na 2º Vara da Fazenda Pública e tramita sob o número 5120489-79.2024.8.21.0001. (Fonte: Jornal Repercussão)