Mesmo diante de dados, bancos negam adoecimento dos bancários em função do trabalho
Os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban (federação dos bancos) dados que confirmam o grande aumento do adoecimento mental e físico dos bancários em função do trabalho. Mas mesmo diante dos números, os representantes dos bancos negaram que isso seja consequência das condições de trabalho, da gestão com cobrança de metas abusivas e assédio moral.
terça-feira agosto 2, 2022
Dados sobre adoecimento da categoria
Apesar de representar 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 24% dos afastamentos acidentários (B91) por doenças mentais e comportamentais no país. Em 2012, esse percentual era de 12%.
Veja outros dados apresentados:
- Em 2020, a incidência de acidentes de trabalho nos bancos múltiplos com carteira comercial foi de 12,8 para cada mil vínculos, enquanto a média geral da economia foi de 10,8 acidentes por cada mil vínculos
- O índice de doenças ocupacionais por cada mil vínculos nos bancos múltiplos com carteira comercial foi de 6,43 em 2020, sendo que na média geral da economia o indicador é de 0,74 por mil vínculos;
- Entre 2013 e 2020 a média de afastamentos na categoria bancária foi de 20.192/ano;
- Nos últimos 5 anos o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%, ou seja, entre os bancários a variação foi 1,7 vezes maior do que na média dos outros setores;
- A categoria bancária tem peso de menos de 1% no emprego formal no Brasil, mas tem peso de 3% nos afastamentos acidentários (B91). Essa proporção já foi bem menor: era de 1,7% em 2013;
- Nos afastamentos Previdenciários (B31), as doenças mentais eram de 23% em 2012 e saltaram para 36% em 2021;
- Nos afastamentos Acidentários (B91) as doenças mentais e comportamentais saíram de 30% em 2012 para 55% em 2021 e as doenças nervosas saíram de 9% para 16%
- No 1º semestre de 2022, 44,1% dos desligamentos na categoria foram a pedido, enquanto na economia como um todo esse percentual foi de 33,6%. Uma das hipóteses para esse comportamento é o esgotamento dos trabalhadores por conta de pressões com metas abusivas.
Fonte : Seeb: SP