PRF aborda ônibus na BR-116 com trabalhadores em condições análogas à escravidão
Equipe descobriu, na manhã deste sábado (4), que já havia um pedido do MPT-SC para fiscalizar o veículo. Passageiros eram convencidos a vender massa de polir panelas em várias cidades.
segunda-feira junho 6, 2022

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou um ônibus, na manhã deste sábado (4), e flagrou 15 pessoas que estavam em condições análogas à escravidão, na BR-116, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme a PRF, os próprios trabalhadores confirmaram que o veículo era usado, também, como moradia.
Três pessoas foram presas. O condutor e o ajudante foram autuados no local, segundo a PRF. Já o proprietário do veículo compareceu à sede da Polícia Federal, onde também foi autuado.
A PRF deu ordens de parada ao ônibus, que estava em mau estado de conservação, enquanto realizava uma operação de combate à criminalidade e fiscalização de trânsito.
Durante a abordagem, identificou passageiros em péssimas condições, em locais sem assentos, sentados ou deitados em colchões sobre o assoalho ou sobre bancadas ao longo do corredor. Além disso, veículo estava em más condições de higiene, com roupas, alimentos e produtos espalhados pelo veículo.
De acordo com os passageiros, pessoas de Alvorada e outras cidades da Região Metropolitana da Capital — entre elas, dois jovens de 15 e 16 anos — eram convencidas a vender massa de polir panelas nas ruas de várias cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Porém, sem direito trabalhista, nem tampouco condições mínimas de saúde. Os menores foram assistidos pelo Conselho Tutelar.
Diante da situação, a equipe da PRF descobriu que já havia um pedido do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC) para fiscalizar tal veículo e identificar ocupantes, já que havia uma denúncia de transporte de trabalhadores em situação análoga à escravidão.
O motorista, um ajudante e todos os 15 trabalhadores foram encaminhados à Polícia Federal, em Porto Alegre, para registro da ocorrência. O ônibus foi removido por mau estado de conservação, e cerca de 160 quilos de massa foram recolhidos pela Vigilância Sanitária, já que não possuíam registro e licença dos órgãos sanitários.
Fonte : G1