Cesta básica consome sozinha até 67% do salário mínimo

Na prática, pessoa que recebe o piso nacional teria de trabalhar mais de cinco meses para receber o que a Constituição determina para um mês


segunda-feira janeiro 10, 2022

O salário mínimo deveria ser de R$ 5.800 em dezembro do ano passado, segundo o Dieese, para cumprir seu papel constitucional. Ou seja, suprir despesas básicas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O Dieese calcula e divulga o valor do salário mínimo necessário todos os meses, junto com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em dezembro, a cesta aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo instituto. Desse modo, na média, somente a compra dos itens da cesta consome entre metade e 67% do salário mínimo, conforme a região.

Na prática, o salário mínimo necessário em São Paulo, por exemplo, é 5,3 vezes maior do que o oficial, de R$ 1.100. Ou seja, quem ganha o piso nacional tem de trabalhar mais de cinco meses para receber o que a Constituição determina para um mês.

A pesquisa apurou em Curitiba a alta mais expressiva em um ano (16,30%). Em seguida vêm Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%). As menores taxas acumuladas foram as de Brasília (5,03%), Aracaju (5,49%) e Goiânia (5,93%).

Já as capitais com cesta básica mais cara, ou seja, que exige mais horas de trabalho para comprá-la, foram São Paulo (R$ 690,51), Florianópolis (R$ 689,56) e Porto Alegre (R$ 682,90). Entre as cidades do Norte e Nordeste, localidades onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 478,05), João Pessoa (R$ 510,82) e Salvador (R$ 518,21). (Fonte: RBA)